As metas estabelecidas pela União Europeia preveem que em 2030 os países tenham 25% da sua superfície agrícola utilizada (SAU) em modo de produção biológica. Isto leva à implementação de medidas urgentes e excecionais para apoiar agricultores e produtores na transição para a agricultura biológica. Em poucos anos assistiremos a uma mudança na agricultura e agropecuária como nunca antes vista.
A pergunta que se coloca é, estamos num bom caminho? Estamos a fazer tudo o que é necessário para essa transição?
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Segundo dados do mais recente recenseamento agrícola realizado em Portugal, em 2019, as explorações certificadas em modo de produção biológico triplicaram em 10 anos, existindo, atualmente, 3,9 mil explorações certificadas, o que representa um aumento de 214%, face aos dados de 2009.
Um terço dessas explorações encontra-se na região de Trás-os-Montes. No que concerne à área de produção, esta representa 209.900 hectares, sendo que 69,1% são pastagens permanentes (o olival destaca-se com perto de 21.000 hectares, os frutos de casca rija com 10.500 hectares, a vinha com 4.000 hectares) e 9,2% prados temporários (as hortícolas com 1.800 hectares) e culturas forrageiras destinadas à produção pecuária biológica.
Contudo ainda estamos a falar de uma SAU de cerca de 5,3%, o que significa que nos próximos 9 anos, em Portugal, será necessário um trabalho intenso e concertado para que se consigam alcançar os 25% da superfície em modo de produção biológica.
Poderão saber mais acerca do recenseamento agrícola 2019 neste artigo na revista Vida Rural ou então consultar o documento pdf na íntegra no Instituto Nacional de Estatística (INE).
Fonte: Instituto Nacional de Estatística - Recenseamento Agrícola. Análise dos principais resultados: 2019. Lisboa: INE, 2021.
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