A COVID-19 trouxe muitas alterações à nossa sociedade, e desafios aos quais fomos obrigados a uma adaptação em tempo recorde.
A pergunta que surge é, de que forma os comportamentos alimentares e de atividade física em contexto de contenção social, sofreram alterações?
O estudo foi feito em Portugal pela Direção-Geral da Saúde, no período entre 9 de Abril e 4 de Maio de 2020 e teve em conta uma amostra de 5874 indivíduos (com 16 ou mais anos) em confinamento social.
A COVID-19 parece ter contribuído para uma alteração nos hábitos alimentares de 45,1% da população inquirida, sendo que 41,8% assume ter a perceção de que mudou para pior, seja pelas alterações no horário de trabalho (17,6%), no modelo de compras dos alimentos (34,3%), pelo stresse vivido (18,6%) e a mudanças no próprio apetite (19,3%). Um em cada três portugueses (33,7%) manifestou preocupação quanto a uma possível dificuldade no acesso aos alimentos e 8,3% indicou mesmo ter dificuldades económicas no acesso a alimentos.
O número de refeições feitas em casa na fase do confinamento levou a mudanças no consumo alimentar. Apesar de 30,9% dos inquiridos reportar comer mais snacks doces, houve também o aumento do consumo de fruta (29,7%) e hortícolas (21%). A maior parte dos inquiridos refere ter passado a cozinhar mais (56,9%), infelizmente também a petiscar mais (31,4%). Este facto associado ao sedentarismo pode explicar a perceção de peso aumentado durante este período reportado por 26,4% da população.
Foi verificado um padrão alimentar menos saudável nos inquiridos mais jovens, do sexo masculino, com mais dificuldades financeiras e em risco de insegurança alimentar, caracterizado pelo aumento do consumo de snacks salgados, refeições pré-preparadas, refrigerantes e take-away e, por oposição, por uma diminuição do consumo de fruta e hortícolas.
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