Um ecossistema inclui todas as formas de vida (plantas, animais e microrganismos – componente biótica), que habitam numa determinada área, interagem entre si e com o meio físico envolvente – nutrientes do solo, atmosfera, clima (componente abiótica).
As atividades humanas, desde os primórdios da humanidade, têm vindo a afetar os ecossistemas de formas muitas vezes irreversíveis, com perdas incalculáveis em biodiversidade. O Millenium Ecosystem Assessment tem como objetivo fornecer uma avaliação integrada das consequências das alterações nos ecossistemas para o bem-estar humano, bem como, criar uma base científica para uma melhor gestão dos ecossistemas da Terra de modo a garantir a conservação e uso sustentável. Uma das práticas que mais influência tem sobre os ecossistemas é a agricultura convencional.
A Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre a Biodiversidade e Serviços dos Ecossistemas (IPBES) elabora relatórios sobre biodiversidade e serviços dos ecossistemas, É um órgão intergovernamental independente, estabelecido em 2012, com o objetivo de fortalecer as bases de conhecimento através da ciência, e com a missão de melhorar as políticas de conservação e uso sustentável da biodiversidade, bem-estar humano a longo prazo e desenvolvimento sustentável.
Serviços dos ecossistemas
Os serviços dos ecossistemas ou serviços ambientais traduzem os benefícios que a humanidade retira dos ecossistemas e podem incluir bens materiais e/ou serviços imateriais. Dividem-se por três categorias de serviços: produção, regulação e culturais.
Serviços de produção
As áreas florestais, por exemplo, além dos produtos mais imediatos como madeira, cortiça e frutos ou sementes, também contribuem para reduzir a poluição do ar, retendo partículas e poeiras, e para a purificação da água, capturam e armazenam carbono, reduzem a probabilidade de cheias e influenciam a precipitação a nível local e regional. Além disso, são também um espaço de lazer e recreio e melhoram a qualidade estética da paisagem.
Os serviços de produção dizem respeito aos bens podem ser produzidos pelos ecossistemas: alimentos, água, matérias-primas, fertilizantes naturais. lenha, recursos medicinais, recursos ornamentais.
Serviços de regulação
Os serviços de regulação são os benefícios obtidos pela regulação de processos ecológicos.
Tomemos como exemplo as agroflorestas portuguesas, enquanto sumidouro de carbono, a sua contribuição para a redução dos impactos locais e globais das emissões dos gases com efeitos de estufa e a sua função de proteção do solo e da água, em particular nas zonas de elevada suscetibilidade à desertificação e à erosão e contribuição para a preservação da biodiversidade e para a qualidade da paisagem.
São ainda exemplos de serviços de regulação, os seguintes serviços:
Regulação do ciclo hidrológico (captação de água pelo solo e coberto vegetal, filtração, armazenamento.)
Regulação do clima
Regulação de doenças e pragas
Regulação de cheias e fogos
Polinização
Formação de solo
Regulação de cheias, fogos
Habitat para espécies
Serviços culturais
Os serviços culturais prestados pelos ecossistemas favorecem um conjunto de beneficiários das mais-valias não materiais dos ecossistemas, tais como visitantes, consumidores, produtores e seus familiares. São os benefícios não-materiais obtidos dos ecossistemas.
Áreas de recreio, ecoturismo
Paisagens de grande beleza natural
Espécies carismáticas
Sensação de bem-estar
Valores culturais, religiosos
Inspiração para tecnologia, design
Informação científica/educação
Serviços dos ecossistemas em sistemas alimentares sustentáveis
Nos dias 9, 16 e 23 de Março de 2023, no ciclo de webinars com o tema “Ecossystem services in sustainable food Systems” iremos endereçar questões como: de que forma os serviços dos ecossistemas beneficiam a produção alimentar e também, como são os ecossistemas afetados pela agricultura? Existem práticas agrícolas mais amigas dos ecossistemas? De que forma as podemos implementar e divulgar?
Assista a estes webinars, inscrevendo-se aqui.
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