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Sequestro de Carbono na Agricultura


Porquê o carbono?

As emissões de dióxido de carbono (CO2) globais perfazem a maior fatia do bolo de emissões de gases de efeito de estufa (GEE), cerca de 66% desde 2010, e chegaram a valores recorde em 2019, com 37,9 GtCO2 fóssil emitidas para a atmosfera[1]. Atendendo mesmo a cenários de baixa emissão de GEE, existe uma probabilidade superior a 50% das temperaturas globais subirem até pelo menos os 1,5ºC até 2040[2]. Seguindo o Acordo de Paris, pretende-se manter o aumento das temperaturas bem abaixo dos 2ºC acima dos valores pré-industriais, esforçando-se, no entanto, para limitar estes valores até aos 1,5ºC.


O carbono e a agricultura

Para atingir esta meta a UE urge desde já não só à redução de emissões (55% até 2030, relativamente aos níveis de 1990), mas também à captura e armazenamento de dióxido de carbono (CAC). Com a meta de 2050 para a neutralidade climática e o subsequente objetivo de emissões negativas para estabilização do aumento da temperatura mundial, a UE coloca o objetivo de remoções líquidas de equivalente de 310 MtCO2, no setor dos solos, até 2030, e chama a atenção para a necessidade do desenvolvimento do aumento da capacidade da CAC, que é personagem principal do seu próprio comunicado da comissão ao parlamento e conselho europeu, intitulado de “Ciclos de Carbono Sustentável”[3]. Esta deve ser, no entanto uma preocupação global, uma vez que a remoção de CO2 e mudança do uso das terras é contabilizado nos cálculos para estabelecer as rotas 1,5ºC apresentadas pelo Painel Intergovernamental sobre a Mudança do Clima (PIAC).


Necessidades para avaliação e promoção das práticas

A importância que a CAC passe por soluções baseadas em ecossistemas naturais e resilientes, tem paralelamente um papel importante noutros problemas de caracter global, nomeadamente a degradação de ecossistemas e redução de biodiversidade, escassez hídrica e seca, redução de desastres naturais, saúde. Isto vai de encontro às necessidades de aumento de resiliência e adaptação aos impactos esperados provenientes do aumento das temperaturas. A UE pretende-se que se incentivem projetos piloto e cooperação entre gestores de terras na testagem e desenvolvimento de novas abordagens agroalimentares que promovam a CAC, que se investigue, desenvolva e se consiga transmitir esse conhecimento e se aconselhe os agricultores e silvicultores em como melhor seguir e adaptar-se a estas práticas. Para que seja possível a avaliação e dispersão destas práticas, existe a necessidade de normalizar as metodologias e regras de monitorização, comunicação de informações e verificação dos ganhos e perdas no sequestro de carbono, avaliando a longevidade do sequestro de carbono nas plantas e nos solos, e assegurando que as metodologias e regras definidas são cientificamente validadas.


Recomendações da União Europeia

A UE aponta, entre outras, as seguintes práticas gerais de gestão de terras para aumento do sequestro de carbono (e que simultaneamente promovem ecossistemas mais resilientes):

- Florestação e Reflorestação

- Agrossilvicultura ou Sistemas Agroflorestais

- Proteção dos solos, redução da perda de solo por erosão e aumento do carbono orgânico do solo em terras aráveis degradadas, com recurso a:

- Culturas intercalares

- Culturas de cobertura

- Lavoura de conservação

- Aumento de elementos paisagísticos

- Conversão das terras em pousio ou retiradas da produção para pastagens permanentes


Ciclo de webinars sobre Sequestro de carbono

Para saber mais acerca de algumas práticas agroalimentares que estão a ser estudadas e postas em prática de momento, conhecer as possibilidades de sequestro de carbono na agricultura, e ficar a saber o que estas práticas podem significar para a produção agrícola e o sequestro de carbono, pode assistir ao nosso ciclo de webinares “Sequestro de Carbono “. Saiba mais aqui.

[1] dados do relatório anual sobre a lacuna de emissões lançado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA): https://www.unep.org/pt-br/resources/emissions-gap-report-2021 [2] Segundo relatório de avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (PIAC ou IPCC em inglês): https://www.ipcc.ch/sr15/ [3] Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu e ao Conselho: Ciclos de Carbono Sustentáveis: https://ec.europa.eu/transparency/documents-register/detail?ref=COM(2021)800&lang=en

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